Você algum dia já se sentiu como um espaço vago?Limpo de qualquer desejo,ancia,vontade?
Me sinto assim,como se o nada fosse tudo e como se o tudo fosse nada.
Sinto o gosto amargo na minha garganta,algumas imagens misturadas na minha cabeça,lembranças de várias pessoas que não me lembro o nome,no meu quarto,televisão ligada sem som e os copos espalhados e lembro de um dia onde seus olhos mudavam qualquer direção.
Na volta pra casa,te encontrei na esquina,como sempre,olheiras enormes,cerveja na mão e aquelas lágrimas rolavam no seu rosto e como sempre você não fazia idéia de como tinha chegado ali,eu já sabia que ao chegar em casa escutaria uma bíblia de doutrinas as quais eu deveria seguir como filha exemplar mas não consegui te deixar ali,sozinha,assim como todas as outras vezes não conseguirá.Não sei como nos entendemos sem dizer tantas palavras,sem dizer se quer nenhuma frase descente,só nos abraçamos e dizemos as poucas palavras que nos fazemos entender.Não sei porque tanto zelo por você se nós sabemos o resultado de tudo,mas insisto em estar ao teu lado,a cada minuto como despedida.Como sempre,você me conta todos os teus problemas que perto de muitos outros se tornam nada,e eu te digo que nada do que fazemos vale a pena,que nada faz sentido,então você sorri e passamos a noite inteira sentadas na calçada,sozinhas,no meio da escuridão,onde nos sentimos bem,onde compartilhamos as mesmas sensações,então concluímos a noite falando de nossas mesmices e vícios e que somos assim por opção,que nada nos leva a nada,ao pôr do sol,exaustas seguimos nosso rumo.Sempre volto pra casa com o teu cheiro no meu casaco,que no dia seguinte desaparece e sei que num futuro próximo não o sentirei mais.
Um brinde às malditas faltas.
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